Vocabulário crítico

Ladino: nome dado ao africano já instruído na língua portuguesa, religião e serviços domésticos ou do campo. Ladino é corruptela de latino, equivalente a letrado, culto, inteligente. Segundo Gonçalves Viana, o termo foi originalmente aplicado em Portugal e na Espanha ao mouro bilíngüe e, portanto, inteligente.

Manumissão: ato de dar-se alforria ao escravo. Havia várias maneiras de manumitir, dependendo da vontade ou condições de cada caso particular.

Mocamau: escravo refugiado em quilombo, termo de possível origem africana. O mesmo que quilombola.

Pombeiros: indivíduos que compravam escravos no interior da África para transportá-los e vendê-los no litoral. Atuavam nas feiras de escravos a mando dos seus respectivos senhores. Acompanhados por outros escravos negros, sob suas ordens, rumavam para o "sertão" levando as mercadorias destinadas às permutas, tais como ferro, cobre, utensílios de cozinha, aguardente, sal etc.

Serão: segundo Debret, em certas épocas, nas grandes fazendas de café ou de cana, o trabalho se prolongava até meia-noite; é o que se chama serão. Quando acontece, por exemplo, caírem chuvas abundantes ou se verificarem borrascas, por ocasião da maturação do café, ocupam-se todos os braços, alugando-se mesmo outros para fazerem serão.

Tigre: barril de madeira de tamanho médio, que servia para a coleta de excremento das casas localizadas na região urbana no Brasil escravista. Como não existia esgoto, depois de cheias essas vasilhas eram dadas aos escravos para que eles procurassem um lugar distante para atirar os dejetos. Muitas vezes a sua madeira já estava podre e o conteúdo derramava-se pela cabeça e corpo do escravo que o conduzia.

Trezena: castigo que consistia em vergastar o escravo considerado insubordinado durante treze dias seguidos, publicamente. Não havia limites para o número de vergastadas em cada dia, embora a lei estabelecesse um máximo de cinqüenta. Quando o castigo era aplicado em nove dias, chamava-se de novena.